um corpo que cai / a espiral da paixão


Um corpo que cai é um dos mais belos e desesperados poemas de amor que o cinema jamais filmou. É uma das mais densas  explorações da paixão amorosa, com tudo que ela tem de força e poder, desmedida e descontrole.
   
Em Um corpo que cai, as personagens vão sendo possuídas pelo objeto da paixão e perdem a identidade própria, o que é uma espécie de morte. Ou lutam para  resgatá-lo da perda, o que, no fundo, é uma tentativa de resgatá-lo da morte. Não por menos, o filme se baseia numa novela chamada Dentre os mortos

A história é recheada de símbolos e maior deles é a espiral, com seu movimento circular e contínuo, lembrando o redemoinho dos sentimentos, a vertigem dos sentidos e o comportamento repetitivo da obsessão amorosa. Não por menos, o título original do filme é Vertigo. 
 
Nesta história de parar o fôlego, que é considerada sua obra-prima, Hitchcock leva o suspense às alturas e faz um uso primoroso da cor, da luz e sombra e das locações como recursos expressivos – lições que aprendeu de Friedrich Murnau e Fritz Lang, gênios do expressionismo alemão, quando trabalhou com eles na Berlim dos 1920. Leia Mais